OLHANDO O MAR
Olhando o teu vai-vem numa teimosia constante para chegares à praia em sussessivas ondas de vontade que ora avançam, ora recuam, enrolando-se mansamente nas areias ou insurgindo-se raivoso contra os rochedos, lembras-me as paixões vividas com maiores ou menores intensidades e também os amores que chegaram e partiram, uns em suaves balanços de ternura e outros em revoltas agrestes porque acabaram. Olhando-te, sinto-me como uma parte de ti, sinto que vou e volto numa continuada constância de sentimentos e de desejos concretizados porém nunca satisfeitos.
Porque o meu horizonte é mais, muito mais, para além do teu.
Porque sou como um oceano: sem fim nem princípio!