O PICK NICK (4ª parte)
(o fim da "festa")
-E depois, como é que isso acabou?
-Foi assim:
Cada vez mais furioso lá vinha o Alfredo, cuecas numa mão e a outra mal segurando o cobertor que lhe deixava a descoberto meia-peida, caminhando com um ténis bem calçado e com o outro só apoiado sobre o calcanhar, procurando papel para se limpar e limpar o ténis.
Acabou por esfregar a sola nas ervas para “tirar a maior” e no tronco de um pinheiro tentou raspar os laterais dos ténis; não só não limpou nada de jeito como acumulou alguma resina. Em completo desespero descalçou o ténis e arremeçou-o para longe, ficando com a mão suja de resina e trampa, e para não ficar por aí calcou com o pé descalço a maldita pinha que já lhe acertara na careca.
Foi o fim! Desatou aos berros e às voltas sobre um só pé, ao mesmo tempo que agarrava o pé nu “apinhoado”, não levando muito tempo para novamente se estatelar em pleno ervado, falhando por pouco um calhau mas acertando em cheio na raiz saliente do pinheiro!
Ouviu-se um plock e... apagou-se!!
Esparramado junto do pinheiro e meio desmaiado (porque se passou completamente) balbuciava sons sem nexo e ria-se para toda a gente com uma expressão de completo idiota.
-À chegada dos bombeiros abraçou-os e beijou-os, continuando com aquele sorriso aparvalhado estampado no rosto, entrou na ambulância e lá foi a caminho do hospital, aos gritos: -Oh Dores, oh Dores... 'tô-ta ver toda às cores.
-E ria-se, e ria-se, e ria-se apalermadamente. E depois a D. Dores:
-Raios partam os Pick Nicks. Quem os inventou, inventou uma boa mer... oh Toninho anda cá ajudar a mãe...
-Nãvô!
-Tu não m'irrites Toninho, levas um tabéfe que tu vais ver... ANDA CÁ! JÁ!
-já não se pode brincar nem nada...
-Não resmungues e trabalha. E depressa! Só quero é chegar a casa... vamos embora!
E lá se foram.
FIM (finalmente)