O BANCO DE JARDIM
Sou um banco de jardim sem jardim!
Sem flores, sem pássaros nem canteiros,
Sem casais de namorados
Nem velhas fazendo rendas;
Nem velhos apanhando sol
Nem outros somente sentados.
Sem um lago com peixes vermelhos,
Brancos, amarelos ou dourados…
Sou um banco de jardim, sem jardim!
Estou entre pedras de calçada,
Brancas… frias… inertes…
Outras não tendo por companhia.
Porque todos os que por mim passam
Fazem-no à pressa, correndo,
Sem emoções nem alegria.
Sou um banco de jardim, sem jardim!
Passam por mim sem me verem,
Sem saberem que existo.
Estou abandonado, eu sei!
Podiam ter-me dado outra cor,
Outra forma, outro vigor,
Outro local para estar,
Para ser apreciado,
Onde fosse acolhedor.
Sou um banco de jardim, sem jardim!
Não sei o que faço aqui,
Na esquina desta rua,
Nesta calçada nua,
Onde só passam os cães
E a solidão se acentua!
Sou um banco de jardim sem jardim!